Após algum tempo (finalmente) deixei
partir tudo o que não mostrava interesse em ficar. Eram apenas casos perdidos
que não valiam a pena, logo de nada valia o meu esforço. Como a minha mãe diz:
- “ não vale a pena lutar por aquilo que não teima em ficar” - palavras sábias
de quem já deglutiu muito desta vida. Sendo assim, tomei a liberdade de seguir
em frente!
É óbvio que todas essas “taras perdidas”
deixam algum tipo de ressentimento, infelizmente ainda não inventaram a
borracha do coração. E digo coração porque sempre que nos magoam o único, e
coitado, a sofrer as penalizações é o coração. Quem me dera a mim que me
doessem as pernas! Mas não, além das dores de cabeça, o coração é quem sofre as
maiores mazelas.
É irónico como tudo (ou quase tudo) tem o
poder de despertar em nós sonhos. Incrivelmente fantasia-mos com todo o tipo de
atitudes. Ao mínimo sinal de simpatia formalizamos um futuro inteiro, e depois
sem quês nem porquês, pufff. It’s over, finito, rien de rien!
As pessoas vão mais facilmente do que
ficam. E acreditem, não vale a pena culparem-se, parte delas são apenas seres
insatisfeitos que não se contentam com nada, nem ninguém. Sofrem de algum tipo
de mimo que nos torna a nós, pessoas maduras, incapazes de lidar ou preencher.
Em suma, são pessoas que apenas nutriam
por nós algum tipo de interesse. Saciado esse interesse, “ala que se faz
tarde”.
Pois é, é por isso que eu deixei de
insistir. Deixei de me preocupar e, principalmente, deixei de me culpar.
Aceitei apenas o facto de estupidamente me entregar de alma e coração para quem
não sabe o que é ter um. Somados os desgostos, saldam-se as histórias sem futuro,
tornando-se agora mais fácil raciocinar.
O passado, como já disse, deixei-o partir.
Sobra-me apenas o futuro que é onde eu deposito os sonhos que me restam. E caso
me perguntarem pelo presente, desculpem, mas vou responder que é segredo. Nunca
se sabe quando este pode decidir partir também. A ver vamos...
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