O importante é que ontem não chorei. Tive coragem de aceitar
a pior das hipóteses, a hipótese mais correcta. O melhor. Não pensei duas
vezes, não parei uma única vez. À medida que andava parecia que expulsava a
raiva que há muito continha aqui dentro. Foi como se todas as partes cortadas
da história viessem ao de cimo. Todos os porquês me passaram no pensamento, não
podia continuar a torturar-me. Não me podia sujeitar a mais uma dor. Então fui,
com toda a vontade do mundo, fui. A história estava-se a repetir, parecia um déjà vu, e desta vez
parecia torna-se pior a cada segundo que passava. Não ia cair nesta teia de agonia. Não ia ser tão masoquista
a esse ponto. Então segui sem olhar uma única vez para trás. Quando dói, dói só
uma vez. É o suficiente, é o quanto basta. São coisas que não se entendem,
desordens que não se arrumam. E quando tudo está mal, é quando tudo tem tendência
a piorar. Mas eu não me encaixo neste cenário, neste emaranhado de sentimentos,
nesta confusão de confusões. Quando tudo está mal é quando eu desisto. Então eu
desisti de tudo o que havia para desistir. Não por querer, mas sim porque tinha
de ser. Era o mínimo que podia fazer por mim. Porque quando dói, só dói uma vez. E se há coisa impossível de se fazer
é esquecer uma dor. Porque quando dói, dói para toda a vida.
Minha alma está presa num tempo indefinido, magoada vagueia pelas ruas da eternidade, sem saber o seu poiso, sem saber a sua calma. Tentando evitar olhar o passado, encara o futuro como desconhecido, e silenciosamente passa... Não a sentimos, apenas a conseguimos ler!
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