Tenho
sensações estranhas, pressentimentos que me fazem ganhar um certo friozinho na
barriga. Sou de olhares, palavras e tactos. Sou de tudo um pouco, e de tudo sou
feita. Grandes e pequenas atitudes. Ilustres e delicadas acções. Tudo me cativa, tudo me afasta. Tocam no meu coração, tocam em todo o meu ser. Todo ele vibra e dá pulinhos ridículos, típico
de quem se derrete com apenas um sorriso. Vivo a fugir para um mundo colorido
que construí com os meus encantos. Adormeço e sonho sobre as suas nuvens, deixando-me
ir ao sabor do vento. Permaneço num silencio reconfortante que me trás paz
interior, que me trás tudo aquilo que diariamente me falta. São apenas breves
minutos de uma tranquilidade cor-de-rosa, com cheiro a algodão doce. Sinto o
calor da minha alma, a inspiração das minhas palavras. Nessa coreografia de
sentimentos deixo-me ir, colocando à deriva a escritora que há em mim. Sofrimentos
de parte, nascem em mim todos os tons do mundo. Colori-me dessa felicidade,
viciem-me nestes instantes. Apaixonei-me. Entreguei-me de mente e alma, redescobri o meu ser, o meu ego, a minha alegria. E agora, que será de mim? Que será de mim agora que descobri onde pertence o
meu ser? Realidade, porque és tão "matreira"?
Minha alma está presa num tempo indefinido, magoada vagueia pelas ruas da eternidade, sem saber o seu poiso, sem saber a sua calma. Tentando evitar olhar o passado, encara o futuro como desconhecido, e silenciosamente passa... Não a sentimos, apenas a conseguimos ler!
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