As transparências começam a correr em mim, assim como aquela quantidade de sentidos necessários. Aquele vazio com o qual me conformei, teima em se preencher, em deixar fluir em mim todos os sentimentos que um dia guardei no baú dos conformismos.
O meu corpo, do qual já não tenho poder nenhum, grita e implora por sentir mais. Todos os dias me exige uma dose de diferença, algo que coloque os obscurantismo do passado lá longe. Longe, onde tudo o que não ficou está.
Num silêncio que não tem fim procuro por esses cantos sinistros o que fui, o que era e o que já não sei se sou. Enfraquecida por este sentimento começo-me a render a todo um mundo desconhecido, a todo um calor adormecido que em tempos abandonei. Começo a sentir... Arrepios!
Num braille corporal todos eles correm em cada centímetro desta linha infinita que é o meu corpo. Estou tentada a deixar fluir estas recargas de insegurança, estou tentada a ser tudo aquilo que nunca fui. Hoje, neste momento, aceito ser mais, aceito dar mais. A lua é minha aliada, tudo o resto não importa. Porque hoje, hoje apenas sinto.