sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Sonho

Eu olho para a tua tatuagem e para o tamanho do teu braço e para os calos das tuas mãos e, mesmo assim, acho que vai dar tudo certo. Encho-me de esperança e nada. E aí vens tu e tratas-me tão bem... Estragas tudo. Que mania de seres bom rapaz, que coisa chata!
Eu nunca mais quero ouvir que só tens olhos para mim, ok? E nem o quanto tu és bom filho. Muito menos o quanto amas crianças. E trata de parar com essa mania horrível de largar os teus amigos quando eu te ligo. Colabora, pah! Está tão fácil de me ganhar, basta fazeres tudo para me perder.
E lá vens tu dizer que o meu cabelo sujo cheira bem. E que já que eu não te liguei e não te atendi, foste dormir. Não digas que segurar a minha mão é suficiente. E não inventes em querer conhecer a minha mãe. E que viajar sem mim é um fim de semana apagado. E que está tudo bem se eu só quiser ficar a ler e não abrir a boca…
Com tanto potencial para acabar com a minha vida, sabem o que ele quer? Fazer-me feliz! Olhem que desgraça. O rapaz quer fazer-me feliz! E acabar com a maravilhosa sensação de ser miserável. E tirar-me de mim a única coisa que sei fazer de melhor nesta vida, que é sofrer. Anos de acomodamento e ele quer mudar todo o esquema. O rapaz quer mesmo me fazer feliz! Vejam lá se pode...
Não dá, assim não dá! Deveria existir algum tipo de pena para esse tipo de crime. O pior é que isto vicia. Não é que hoje acordei toda convencida? Agora nenhum rapazito me trata mal, eu não deixo. Agora nenhum rapazito se mete comigo, mando logo pastar. Dei comigo a achar que mereço ser amada. Vejam lá se pode, mesmo!! Anos a servir de capacho, feliz da vida, e chega um desavisado com a cara mais incrível do país e muda tudo. Até a cantar eu ando agora. Que desgraça! Ontem quase, quase, mas quase que ele me tratou mal. Foi por muito pouco mesmo. Eu senti que a coisa se estava a dar... Cruzei os dedos, cheguei até a implorar ao acaso… “Vá, é agora rapaz!”. Só mais um pouquinho. Ralha comigo, força! Dá-me uma apertadela forte no braço. Fala-me de outra mulher. Atende a algum amigo retardado bem na hora em que eu te estava a falar dos meus medos. Manda-me calar! Sei lá... Faz alguma coisa homem!
E afinal de tudo era tudo uma piada. Era uma piadinha Deus!! Ele fingiu que estava chateado comigo. E acabou. Já veio com a conversa chata de que me ama e começou o mel todo de novo. Porra que ele não para de me beijar! Que coisa chata.
A minha mãe devia-me prender em casa, proteger-me, sei lá. Onde já se viu andar com um homem destes? Ele vem-me sempre buscar, espera-me à porta, abre-me a porta do carro... Isto, quando não me suspende no ar e fala 456 elogios em menos de cinco segundos. Para piorar, ele ainda tem o pior dos defeitos da humanidade: ele esqueceu a ex namorada. Depois de 20 anos a relacionar-me só com homens obcecados por amores antigos, agora aparece-me um obcecado por mim que nem se lembra direito do nome da ex.As pessoas perguntam-me se ele está ou não a gozar comigo. E agora? Como é que eu vou sofrer numa situação destas? Como? Importam-se de me explicar?
Durmo que é uma maravilha. A minha pele está incrível. A fome já voltou. A vida está uma chatice ímpar. Mas alguém pode fazer o favor de me ajudar? Existe alguma terapia para tentar ser infeliz? Olhem que no outro dia até me belisquei para sofrer só um pouquinho. Mas o desgraçado correu até mim para assoprar e dar-me um beijinho. Porra, o que é isto?? Estou mesmo lixada. FF ♥

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Tortura Sentimental



Adorava conseguir-me expressar, libertar destes inúmeros pensamentos que me rodam na cabeça. São tantas as maneiras com que o tento fazer... Já perdi a conta às vezes que tentei expulsar este negativismo dentro de mim. O facto é, o mundo e as pessoas que habitam nele vão sempre arranjar formas de nos partirem o coração. Eu sempre soube disso e por vezes senti na pele as picadas desta afirmação.
Acontece que agora é diferente, agora não são só meras picadas, é um aglomerado de coisas más que juntas parecem querer-me sufocar. Sufocam tudo em mim, a minha maneira de querer viver, os meus pensamentos, os meus desejos, as minhas dores. Não sei mais a que mundo pertenço. 
Deixo-me sufocar por este rancor e aos poucos enterro-me neste sentimento mau que me preenche. Não sei como me deixei afectar de tal maneira, nem como me deixei derrotar por algo que nem merece a minha compaixão. Pela minha alma que juro jamais querer fazer destas vontades actos certos, mas por ela também juro que metade do tempo não é isto que penso. Em que esquema caí eu? Pareço um circo bipolar, pareço uma maníaca? Foda-se, quebraram-me o coração,a alma, o meu sistema. 
Se algum dia pensei eu que jamais iria saber o significado da palavra ódio, hoje refaço essa questão. Dos meus poros expele uma raiva crucial, uma revolta aterrorizante, chegando mesmo assustar. Eu própria vivo assustada com o que sinto dentro de mim. 
E se outrora fui incapaz de desejar o mal, ou até mesmo de o praticar, hoje desejo-o com todas as minhas forças, e ao desejá-lo sei que o estou a praticar. Que as forças divinas me ajudem, eu nunca fui assim. Nunca me vi assim. Será por isso que esta nuvem de azar resolveu descarregar em mim? Digam-me, que mais posso eu fazer além de alimentar estes maus quereres? Esquecer, deixar para trás, ignorar, desprezar… já dizia o outro, “tretas”! Quando nos cravam a dignidade, cravam-nos a alma e todo o nosso ser, esquecer está para lá das minhas capacidades. Sonho com o dia em que acordo e tudo não passará de uma pequena lembrança, apenas uma má recordação. Sonho com o dia em que voltarei a trazer no peito a sensação de alívio, aquela sensação que eu sentia quando era eu mesma.
A minha consciência permanece tranquila, porém carrego em mim esta culpa, culpa de me estar a mutilar aos poucos, a desgastar com esta obsessão, a matar com este sentimento sombrio que plantei em mim. Já tentei explicar o quanto louca me sinto, mas sinto que todos parecem tão ou mais loucos que eu. Se ao menos me deixassem seguir, se ao menos se esquecem de mim, se por breves segundos eu não tivesse nada nem ninguém para me atormentar com este erro, este descuido que eu tão cegamente cometi... 
Rezo para que estas vozes se calem. Esforço-me para voltar a ser eu mesma, sem este medo e esta raiva que me perseguem. 
No fundo, sei que dentro de mim permanece a verdade e todas as coisas boas que fizeram de mim aquilo que sou hoje. Só peço que na balança das sentenças o meu rancor, o mal que me fizeram e todos estes pensamentos que carrego, equilibrem com a pessoa que eu sempre fui, sou e serei. Por isso, perdoem-me... por estar a ser tão fraca e ao mesmo tempo tão forte.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Melodia

 Quantas nas são as vezes que te sentes sozinho, perdido por esse mundo cruel...
 Quantas não são as vezes que todos os teus sentidos te dizem para correr, para fugires desta escuridão que a humanidade se tornou... 
Nesses momentos de tristeza, escuta o teu coração e as vozes angelicais que sempre te protegeram.
 Juntos vão cantar para ti uma melodia que te trará paz interior, mostrando-te de novo o caminho de regresso a casa.
Quando a vida te deixar cego de desgosto, lembra-te que é o amor que nos mantém gentis.
E quando achares que já sofreste o suficiente e que já não aguentas mais este mundo, lembra-te: és amado, e sempre vais ser.
E mesmo que o teu espírito, de tão quebrado que está, queira partir, lembra-te de todos os frutos bons que colheste e de todos os sorrisos que guardas-te, pois foram eles que te fizeram aguentar até agora.
E quando te sentires desesperado pela luta que travas, pensa que a vida é uma luta constante e que tu serás forte o suficiente para aguentar.
Será esta melodia que te mostrará a beleza da vida. Será ela que te vai mostrar que, aconteça o que acontecer, amanha será sempre outro dia, uma outra batalha. Pois quando a vida te machuca é amor, e todas as suas honras, que te vão curar. E amor todos temos, dentro de nós, algures perdido em nós.

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