E foi então que eu aprendi que para ser
verdadeiro tinha que vir do coração. Bem lá do fundo, como tantos outros
sentimentos que deixamos transbordar.
Aprendi que por vezes temos de nos entregar de
espírito aberto para que a nossa essência faça o mínimo de sentido. Não
interessa as vezes que deitámos tudo a perder ou as vezes que nos demos a
perder, apenas interessa o pouco que ficou e o que fazemos com ele daqui em
diante.
Aprendi que as coisas más acontecem e que
infelizmente são necessárias. Aprendi a aceitá-las, pois são elas que nos fazem
compreender a diferença entre o bem e o mal, são elas que nos fazem obter as
forças necessárias para dar os próximos passos. Então aceitei todos os erros
que cometi e todos os erros que coloquei na minha vida. Aceitei que todos nós,
humanos, temos de errar para aprender a fazer coisas certas, coisas dignas. Por
nós e por aqueles que amamos.
Outra coisa que aprendi foi que existem pessoas
boas e pessoas más, e outras, que por mais que quiséssemos, nunca vão estar ao
nosso alcance. Infelizmente nem todos têm a capacidade de amar de igual modo,
de dar da mesma forma. Foi então que eu aprendi a diferença entre dar e
receber.
Também aprendi que na vida as lágrimas, os egos
feridos, os desgostos e as desilusões… todas elas têm lugar marcado nesta peça.
Sendo impossível recuar no tempo, por mais que nos custe, só temos que os
aceitar. Não vos digo que os vão compreender, pois isso no meu entender é um
tanto ou pouco difícil, apenas vos digo que todos os vão aceitar, um dia.
Aprendi que existem vários tipos de laços, laços
que se laçam e outros que se deslaçam e que todos eles têm um porquê. Por vezes
temos que desatar alguns, deixa-los ir na esperança que dias melhores cheguem.
Nem todos dão da mesma maneira e nem todos recebem de maneira igual. Entre dar
e receber, compreendi que apenas devemos dar o suficiente para demonstrar que
nos importamos. Nem de mais, nem de menos, apenas o suficiente.
Compreendi ainda que o sangue não significa rigorosamente
nada! Os elos que criamos são somente com aqueles que nos mostram o verdadeiro significado
da palavra carinho, que nos apoiam e seguram no bem e no mal, que nos dão amor
eterno e constante. É impossível criar elos com quem não nos dá o mínimo deste
conforto. Não nos devemos culpar por isso.
Aprendi ainda que não vale a pena reprimir medos,
pois de nada nos adianta guardá-los, estes só servem para nos atormentar. Enfrentá-los
e encará-los de frente, é um bom método para os afastar. Coragem, aprendi que é
bastante essencial e que é ela a resposta para metade das coisas que aqui
escrevi.
Sonhar. Aprendi que sonhar é uma constante e que
lutar pelo que sonhamos, pelo que amamos, pelo que desejamos, é o essencial
para alcançarmos as metas pretendidas. Travar conhecimento, incutir
conhecimento, procurar conhecimento, tudo isto permite a construções de
estradas que nos levam àquilo que chamamos destino. Pois eu aprendi que cada
ser tem o seu e que cada um o pode traçar à sua maneira, como bem quiser.
Agora, uma coisa muito importante que eu aprendi,
e não podia deixar de referir, o amor. Aprendi tantas coisas sobre o amor.
Aprendi que faz rir e chorar, por vezes as duas coisas ao mesmo tempo. Aprendi
que é uma dor constante, um medo permanente e uma surpresa a cada segundo que
passa. Aprendi que existe amor verdadeiro e eterno, amor momentâneo e aquele
amor cego do qual nos devemos afastar. Não existe amor saudável nem quase amor.
Ou se ama ou se diz amar. De todas as coisas que aprendi, foi esta que me
custou mais a compreender, pois a sua fisionomia é um tanto assustadora, por
vezes faz-nos querer não sentir, não desejar, não querer conhecer…. Mas não se
privem disso, a verdade é que a base está aí, neste sentimento tão mau e tão
bom ao mesmo tempo.
Também aprendi que tudo muda e que nós mudamos com o passar do tempo. As situações da vida fazem-nos mudar e com elas alteramos os nossos gostos, as nossas prioridades. São as mudanças que nos permitem ver o quanto crescemos e o quanto aprendemos com os nossos erros. São as mudanças que nos mostram que somos mais fortes que ontem e mais fracos que amanhã!
Aprendi milhares de coisas e aprenderei mais umas
quantas, pois a vida é assim: um aprender diário. É ela que nos ensina a
ultrapassar barreiras, que nos faz acreditar nos amanhas e que nos cede a
possibilidade de fazer as nossas próprias escolhas, tudo isto numa tentativa de
nos ensinar. Não importa o quanto ela se complica, o quanto ela é ou não é perfeita,
ela serve apenas para nos ensinar. E meus caros, por mais complicadas ou
maravilhosas que as coisas transpareçam ser, coisas perfeitas não existem. A vida não é perfeita, mas é maravilhosa. Aprendam, pois eu também aprendi!