sábado, 23 de novembro de 2013

Opção.

E então eu decidi, após todas essas tentativas frustradas, desistir. Deixei ir todas as preocupações que me incomodavam sem direito para tal. Joguei tudo fora como medida de protecção comigo mesma. Não podia mais compactuar com esse jogo de injustiças e imaturidade. E como não conseguia compreender as situações do dia-a-dia, nada melhor que deixar ir tudo o que me roubava o sono. Assim como este sentimento de dúvida! Esta dúvida que, bem lá no fundo, eu sabia a sua resposta, apenas me custava aceitar que ao longo deste anos nada ou quase nada mudara. Aceitei. Aceitei que as pessoas são livres de tomar as suas próprias decisões e fazer delas o que bem entendem. No meu caso, apenas tive de aceitar que nem todos as sabem tomar. E por vezes, temos de excluir a ideia de esforço, pois certas pessoas optam pelo troço mais fácil, aquele que cujo esforço é mínimo mas cujas complicações são inúmeras. Certas causas são perdidas e, por vezes, temos de as deixar de parte, deixando-as agir de forma irracional nunca tentativa desesperada que estas aprendam com os seus erros. Se é que um dia vão aprender de alguma forma. O que não é justo é ocupar a nossa consciência com casos perdidos. Não é justo arrumar as desordens dos outros quando ninguém arruma as nossas. Chega uma hora em que é preciso deixar de parte certas esperanças e começar a depositar a nossa fé em outras causas. Não digo que seja fácil, não é, diariamente luto com causas perdidas. Mas aprendi que a verdadeira fé está em nós, e naquilo que aprendemos com aqueles que optam por más decisões. Infelizmente não podemos ter tudo ou considerar tudo, mas podemos decidir o que fazer com as nossas vidas a partir do momento em que tomamos plena consciência do que a vida é. Resta saber se nos vamos acomodar ou se vamos lutar por um pouco mais. Eu aprendi que esse pouco mais faz a diferença. Ou aceitamos e seguimos ou desistimos simplesmente porque desistir é a única opção que resta. Sim, desistir também é uma opção. 






domingo, 27 de outubro de 2013

Lição nº 1

E foi então que eu aprendi que para ser verdadeiro tinha que vir do coração. Bem lá do fundo, como tantos outros sentimentos que deixamos transbordar.
Aprendi que por vezes temos de nos entregar de espírito aberto para que a nossa essência faça o mínimo de sentido. Não interessa as vezes que deitámos tudo a perder ou as vezes que nos demos a perder, apenas interessa o pouco que ficou e o que fazemos com ele daqui em diante.
Aprendi que as coisas más acontecem e que infelizmente são necessárias. Aprendi a aceitá-las, pois são elas que nos fazem compreender a diferença entre o bem e o mal, são elas que nos fazem obter as forças necessárias para dar os próximos passos. Então aceitei todos os erros que cometi e todos os erros que coloquei na minha vida. Aceitei que todos nós, humanos, temos de errar para aprender a fazer coisas certas, coisas dignas. Por nós e por aqueles que amamos.
Outra coisa que aprendi foi que existem pessoas boas e pessoas más, e outras, que por mais que quiséssemos, nunca vão estar ao nosso alcance. Infelizmente nem todos têm a capacidade de amar de igual modo, de dar da mesma forma. Foi então que eu aprendi a diferença entre dar e receber.
Também aprendi que na vida as lágrimas, os egos feridos, os desgostos e as desilusões… todas elas têm lugar marcado nesta peça. Sendo impossível recuar no tempo, por mais que nos custe, só temos que os aceitar. Não vos digo que os vão compreender, pois isso no meu entender é um tanto ou pouco difícil, apenas vos digo que todos os vão aceitar, um dia.
Aprendi que existem vários tipos de laços, laços que se laçam e outros que se deslaçam e que todos eles têm um porquê. Por vezes temos que desatar alguns, deixa-los ir na esperança que dias melhores cheguem. Nem todos dão da mesma maneira e nem todos recebem de maneira igual. Entre dar e receber, compreendi que apenas devemos dar o suficiente para demonstrar que nos importamos. Nem de mais, nem de menos, apenas o suficiente.
Compreendi ainda que o sangue não significa rigorosamente nada! Os elos que criamos são somente com aqueles que nos mostram o verdadeiro significado da palavra carinho, que nos apoiam e seguram no bem e no mal, que nos dão amor eterno e constante. É impossível criar elos com quem não nos dá o mínimo deste conforto. Não nos devemos culpar por isso.  
Aprendi ainda que não vale a pena reprimir medos, pois de nada nos adianta guardá-los, estes só servem para nos atormentar. Enfrentá-los e encará-los de frente, é um bom método para os afastar. Coragem, aprendi que é bastante essencial e que é ela a resposta para metade das coisas que aqui escrevi.
Sonhar. Aprendi que sonhar é uma constante e que lutar pelo que sonhamos, pelo que amamos, pelo que desejamos, é o essencial para alcançarmos as metas pretendidas. Travar conhecimento, incutir conhecimento, procurar conhecimento, tudo isto permite a construções de estradas que nos levam àquilo que chamamos destino. Pois eu aprendi que cada ser tem o seu e que cada um o pode traçar à sua maneira, como bem quiser.  
Agora, uma coisa muito importante que eu aprendi, e não podia deixar de referir, o amor. Aprendi tantas coisas sobre o amor. Aprendi que faz rir e chorar, por vezes as duas coisas ao mesmo tempo. Aprendi que é uma dor constante, um medo permanente e uma surpresa a cada segundo que passa. Aprendi que existe amor verdadeiro e eterno, amor momentâneo e aquele amor cego do qual nos devemos afastar. Não existe amor saudável nem quase amor. Ou se ama ou se diz amar. De todas as coisas que aprendi, foi esta que me custou mais a compreender, pois a sua fisionomia é um tanto assustadora, por vezes faz-nos querer não sentir, não desejar, não querer conhecer…. Mas não se privem disso, a verdade é que a base está aí, neste sentimento tão mau e tão bom ao mesmo tempo.
Também aprendi que tudo muda e que nós mudamos com o passar do tempo. As situações da vida fazem-nos mudar e com elas alteramos os nossos gostos, as nossas prioridades. São as mudanças que nos permitem ver o quanto crescemos e o quanto aprendemos com os nossos erros. São as mudanças que nos mostram que somos mais fortes que ontem e mais fracos que amanhã!
Aprendi milhares de coisas e aprenderei mais umas quantas, pois a vida é assim: um aprender diário. É ela que nos ensina a ultrapassar barreiras, que nos faz acreditar nos amanhas e que nos cede a possibilidade de fazer as nossas próprias escolhas, tudo isto numa tentativa de nos ensinar. Não importa o quanto ela se complica, o quanto ela é ou não é perfeita, ela serve apenas para nos ensinar. E meus caros, por mais complicadas ou maravilhosas que as coisas transpareçam ser, coisas perfeitas não existem. A vida não é perfeita, mas é maravilhosa. Aprendam, pois eu também aprendi! 








sábado, 12 de outubro de 2013

Lacres.

Quando tudo está a correr bem tenho sempre a sensação de que alguma coisa, lá no fundo, está muito errada. Sei lá, é como se um relacionamento saudável fosse impossível no meio desta confusão toda. E quando eu não consigo ver os erros, eu fico com a certeza de que estou a ser enganada! E procuro, investigo, reviro o mundo na esperança de encontrar os defeitos, as mentiras, e os motivos para terminar tudo. Percebem a loucura? É como se ninguém me pudesse amar e ponto final! De tanto colarem o adesivo de ‘trouxa’ na minha testa, qualquer carinho me parece suspeito. Conseguem perceber a tortura? Fico a oscilar entre confiar e desconfiar, a querer viver uma história leve e mesmo assim sempre afundar-me nas minhas neuroses e cicatrizes. E nenhum homem aguenta isso, homem nenhum percorre o meu labirinto até ao fim. Mas como é que eu me posso entregar sem antes saber se posso ir inteira? Como é que eu posso confiar de novo sem antes saber se vai ser realmente diferente? Quero alguém que rompa os meus lacres, não que me lacre ainda mais! E sigo, pronta para estragar tudo, mais uma vez, só para não ficar pior depois. Quando eles finalmente se cansam e saltam do barco, porque percebem que sou uma louca, aí sim, eu fico satisfeita. Volto para a fossa por um tempo, mas sem mistérios, pois já conheço bem o lugar e a sua porta de saída. E aí penso: “Vêem, eu sabia que estava certa”. Enfim, talvez eu não seja namorável.










domingo, 29 de setembro de 2013

Talvez.

Talvez eu só precise de aceitar. Aceitar que nem tudo é mau, que nem tudo tem que ser mau. Talvez eu só precise de uma oportunidade para me mostrar que consigo ser mais e ir mais além do que aquilo que me tornei. Talvez eu só precise aceitar que chegou o momento, chegou o momento de deixar para trás as más decisões, as atitudes precipitadas, os medos e tudo aquilo que me sufoca. Talvez eu só precise ser eu, com um pouco mais de optimismo. Talvez eu só precise aprender a ignorar estes fantasmas, estas enegias negativas que me prendem nesta cápsula protectora da qual eu me recuso a sair. Talvez eu só precise de sair. Sair por aí. Sem ter medos colados a mim, tipo gosma que não me deixar mover. Talvez eu só precise acreditar que existem pessoas melhores que entram na nossa vida com algum prepósito, que não ser arruinar-nos as entranhas. Talvez eu só precise esquecer as dores passadas e dar lugar a outras. Outras dores, outras alegrias, outras ideias, outros sentimentos! Sim, sentimentos que há muito arrecadei, na esperança que eles nunca mais me assolassem. Mas aconteceu. E talvez, só talvez, eu precise de acreditar neles. Talvez, só talvez, eu precise confiar neles.




segunda-feira, 23 de setembro de 2013

tu.

Não seria a primeira vez que eu escreveria uma carta, porém, nunca escrevi uma carta de amor. E eu que tenho sempre tanto a dizer, sinto a ausência das palavras agora, e por quê? Não sei explicar. Mas é algo que só tu tens o poder de fazer comigo, calar-me. E olha, que eu, eu sou a pessoa mais difícil de calar, porém há momentos que fitar o teu olhar é tudo o que me faz bem, é tudo o que preciso para me fazer esquecer de todo o resto. Realmente, o amor é acéfalo, e faz com que eu adore tudo o que repudiei um dia. Faz com que me sinta nas nuvens e aja como uma criança de 8 anos ao ver o seu brinquedo preferido na vitrina. Ela deseja-o mais que tudo, e sabe que nunca vai enjoar dele, pois procurou a vida toda por aquela sensação. É assim que me encontro agora, caída de amores por ti. Eu acho, não, eu não acho mais nada, apenas sinto, eu sinto que pela primeira vez eu amo alguém, e esse alguém, pelo qual tanto esperei, és tu!






terça-feira, 6 de agosto de 2013

hoje apenas sinto.

  Perco-me por pensamentos que me sugam as veias e tudo o que nelas corre. Sinto o pulsar de mil sensações e o peso que estas exercem sobre mim. Por vezes parece que não sinto, por outras sinto mais do que devo, do que quero, do que sou capaz. Não sei explicar, apenas sinto!

  As transparências começam a correr em mim, assim como aquela quantidade de sentidos necessários. Aquele vazio com o qual me conformei, teima em se preencher, em deixar fluir em mim todos os sentimentos que um dia guardei no baú dos conformismos.
  O meu corpo, do qual já não tenho poder nenhum, grita e implora por sentir mais. Todos os dias me exige uma dose de diferença, algo que coloque os obscurantismo do passado lá longe.  Longe, onde tudo o que não ficou está. 
 Num silêncio que não tem fim procuro por esses cantos sinistros o que fui, o que era e o que já não sei se sou. Enfraquecida por este sentimento começo-me a render a todo um mundo desconhecido, a todo um calor adormecido que em tempos abandonei. Começo a sentir... Arrepios! 
 Num braille corporal todos eles correm em cada centímetro desta linha infinita que é o meu corpo. Estou tentada a deixar fluir estas recargas de insegurança, estou tentada a ser tudo aquilo que nunca fui. Hoje, neste momento, aceito ser mais, aceito dar mais. A lua é minha aliada, tudo o resto não importa. Porque hoje, hoje apenas sinto.


D.M










terça-feira, 9 de julho de 2013

Histórias sem futuro.

Após algum tempo (finalmente) deixei partir tudo o que não mostrava interesse em ficar. Eram apenas casos perdidos que não valiam a pena, logo de nada valia o meu esforço. Como a minha mãe diz: - “ não vale a pena lutar por aquilo que não teima em ficar” - palavras sábias de quem já deglutiu muito desta vida. Sendo assim, tomei a liberdade de seguir em frente!
É óbvio que todas essas “taras perdidas” deixam algum tipo de ressentimento, infelizmente ainda não inventaram a borracha do coração. E digo coração porque sempre que nos magoam o único, e coitado, a sofrer as penalizações é o coração. Quem me dera a mim que me doessem as pernas! Mas não, além das dores de cabeça, o coração é quem sofre as maiores mazelas.
É irónico como tudo (ou quase tudo) tem o poder de despertar em nós sonhos. Incrivelmente fantasia-mos com todo o tipo de atitudes. Ao mínimo sinal de simpatia formalizamos um futuro inteiro, e depois sem quês nem porquês, pufff. It’s over, finito, rien de rien!
As pessoas vão mais facilmente do que ficam. E acreditem, não vale a pena culparem-se, parte delas são apenas seres insatisfeitos que não se contentam com nada, nem ninguém. Sofrem de algum tipo de mimo que nos torna a nós, pessoas maduras, incapazes de lidar ou preencher.
Em suma, são pessoas que apenas nutriam por nós algum tipo de interesse. Saciado esse interesse, “ala que se faz tarde”.
Pois é, é por isso que eu deixei de insistir. Deixei de me preocupar e, principalmente, deixei de me culpar. Aceitei apenas o facto de estupidamente me entregar de alma e coração para quem não sabe o que é ter um. Somados os desgostos, saldam-se as histórias sem futuro, tornando-se agora mais fácil raciocinar.
O passado, como já disse, deixei-o partir. Sobra-me apenas o futuro que é onde eu deposito os sonhos que me restam. E caso me perguntarem pelo presente, desculpem, mas vou responder que é segredo. Nunca se sabe quando este pode decidir partir também. A ver vamos...






terça-feira, 25 de junho de 2013

Universo paralelo.

É nas letras que eu me encontro e me perco ao mesmo tempo. É nos pedaços de papel em branco que descarrego o que vai dentro de mim. Liberto tudo numa tentativa de aliviar a alma, as coisas más, as boas e as assim-assim. Escrevo de tudo, falo de tudo, confesso tudo. É neste mundo paralelo, o meu mundo, que eu liberto as minhas consciências e tudo o que elas me fazem carregar. Escrevo e rescrevo o que na memória me vai, tentando a todo o custo me recordar dos porquês diários. Do meu porquê. Escrevo sem amanhã, sem passados, sem presentes. Apenas escrevo.
Faço das folhas o meu diário e das linhas o meu suporte. É nas linhas que deixo parte do que sou, e é nas linhas que eu busco parte do que tento ser. Confio às letras o meu coração, confio a elas aquilo que não consigo confiar a mais ninguém. As letras estão para mim como a lua para a noite, como o mar para o oceano. Que seria de mim sem este refúgio? É por isso que escrevo. Escrevo para esvaziar este vazio. Escrevo de tudo. Para tudo. Com tudo. Porque eu sou assim: Escritora nas horas vagas, moça a tempo inteiro.





sábado, 15 de junho de 2013

De mim. Para mim.

  E pronto, a dor voltou. O mau estar constante, a dor de barriga, a falta de apetite, o mau humor, e todas aquelas situações que achamos más somente porque queremos a todo o custo culpar algo. Ou alguém. Voltei a fazer do meu sistema um saco de boxe.
Mas porquê? Porquê que teimosamente teimo em olhar para lá daquilo que posso ter? Se as sortes não me sorriem ao coração porquê tenta-las? - Gostas de sofrer ! 
  Agora aguenta! Aguenta esse pensamento constante de que a culpa é tua. Isso, remói-te a pensar onde foi que erraste. Se é que alguma vez erraste. Apenas tentas-te ver um pouco mais prá lá do que esperavas. Azar, correu mal. Nem tudo corre bem, certo?
  Agora vá, faz o que fazes sempre. Entristece-te p'ra aí. Sozinha, em silêncio, desejando mais que nunca não voltar a sentir. Faz o que fazes sempre! Aposto que daqui a uns tempos estarás bem mais fria que da última vez que te encontrei. 
  Sabes que um dia vais ter de parar com isso?! Em algum momento terás de aprender a valorizar o que há em ti. Aposto que esses destroços todos não passam de meros testes para testar o quão forte tu és. Sobrevives sempre já viste? Vá sorri. Amanhã ou depois, ou até mesmo daqui a uns tempos, terás outra história para contar. Tens sempre não é? 
  Eu gosto de ti, e isso é verdadeiro. És linda e tens daqueles corações bem vermelhos que batem forte pelos outros. Quem não te conhece, sonha conhecer. E quem não te ama, não sabe o que é amar. Vá, levanta-te e compõe-te, mais uma vez. Não te prometo que dá próxima vez seja melhor, mas prometo que haverá uma próxima vez. Se tu quiseres. Se ainda conseguires.

















domingo, 9 de junho de 2013

Pessoas ?

Aos poucos começo a detestar este cenário. É impossível continuar assistir aos feitos egocêntricos da raça humana com indiferença. Já não me sinto indiferente, mas sim diferente.
As mentes invejosas e hipócritas de alguns dão-me náuseas. Fazem-me desejar não querer pertencer aqui, a isto, a esta panóplia de querelas egoístas que não passam de uma autoconfiança exagerada. Tudo em prol de um ego mais obeso.
Já não sei mais como lidar com a falta de bom senso das pessoas (pessoas?), com as suas tentativas frustradas de tentarem arruinar o sucesso dos outros.  
Não entendo estes animais, estas pessoas estranhas que me rodeiam com os seus falsos testemunhos. Todos eles me fazem parecer louca!
Tento manter a minha esperança, mas a cada dia que passa me desiludo mais. As pessoas não passam de seres infelizes que não se contentam com o mínimo de esforço. O amor por si só não chega. É preciso mais. É preciso tirar mais.
Onde estão as boas acções? Onde está aquele respeito mutuo que todos deveriam partilhar?
Fico doente com este sistema, fico mal com esta falta de compaixão. Vivemos em plena Guerra Fria do seculo vinte um, em que a indiferença dita as boas maneiras do povo.
Serei diferente? Serei apenas mais um saco de boxe?
Sinto a raiva a fervilhar em mim, sinto a preocupação a consumir-me os membros. Afinal onde está o amor? O que é o amor? As pessoas mudam e esquecem-se de avisar os outros... está na hora de acordar.





sexta-feira, 17 de maio de 2013

Disposições


Trazes contigo perigosas borboletas que me tentam picar com as suas doses de expectativas, sinceras ou não todos os dias elas me encantam, todos os dias elas conquistam um pouco mais de mim. Trazes para o meu mundo o desassossego que há muito ele necessitava, a diferença tão igual que vista de fora parece um nada e um tudo. Agitas os meus risos e fazes aflorar no meu estômago aquele friozinho ridículo de quem já sorri somente por sorrir. Não penses que não gosto. Gosto! Apenas me incomoda esta sensação. 
Incomoda-me a voz da minha consciência que todos os dias me pergunta: "Até quando durará?" - pergunta esta que me faz sempre que o inesperado me tenta conquistar, sempre que as constelações se unem para de algum modo me agradar. É estranho. É estranho toda esta conjuntura de boas ondas, as marés raramente me dão tréguas, raramente rumam a meu favor. 
Todos dos dias sorriu um pouco mais, e todos os dias me deixo surpreender um pouco mais também. Cuidado, olha que não sou menina de confiar em marés. 
Revolto-me com esta boa disposição, com estas novidades risonhas que de tão inesperadas que são me fazem andar mais bem disposta. Sim, estou a deixar o meu mau feitio de parte. 
Começo achar o destino um bipolar de primeira, sempre a passar-me a perna quando menos espero. Coloca-me no caminho situações com as quais já não sei lidar, e quase que aposto que tudo não passa de uma tentativa para me pôr à prova mais uma vez. À prova de tudo aquilo que um dia me sugou. Ou tentou sugar.
Mas eu não sei o que fazer com estas comichões, não sei como vou lidar com estas teimosas borboletas que tentar forjar o meu ego! Não sei nada de nada, mas sei um pouco de tudo. 
É por isso que lanço as minhas cartas ao tempo, ele que decida o que fazer com os meus pensamentos, com os meus quereres, há muito que os soltei ao vento na esperança que eles encontrassem o seu destino. 
Hoje só me resta dormir e culpar as estrelas, há muito tempo que não me sentia tão bem. :)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Pequenas felicidades


Houve um tempo em que abria a minha janela sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim que se aparentava quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Porém todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, atirava sobre as plantas algumas gotas de água. Não era uma rega: era uma espécie de um borrifo ritual, para que o jardim não morresse. Eu olhava para as plantas, para o homem, e para as gotas de água que caíam dos seus dedos magros, e não sei como nem porquê mas nesse momento o meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e são várias as plantas que encontro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas, feias. Por vezes avisto crianças que vão para a escola e pardais que pulam de muro em muro. Borboletas brancas, duas a duas, como reflectidas no espelho do ar. Às vezes, um galo canta. E às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu, nestaa poucas vezes, sinto-me completamente feliz.
Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que estas coisas não existem, e outros que só existem diante das minhas janelas. Por fim ainda existe quem, finalmente, me diz que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim, lindas, perfeitas, únicas. 
D.M.



quinta-feira, 11 de abril de 2013

Enquanto dá.

Durante a vida acreditamos e esperamos por tempo ilimitado, tempo indefinido. Deixamos rolar e desenrolar até as forças deixarem, até estas consentirem. Deixamos-nos ir, na esperança que todas estas voltas nos levem até onde pertencemos, até onde encaixamos. Aguentamos enquanto podemos, enquanto dá, enquanto as forças assim o permitem. Todos eles (cujo nome não pronuncio) assistem a esta espiral de expectativas. A estes dominós sentimentais. Todos eles vão aplaudindo este espectáculo de desilusões, fazendo questão de se levantarem e encararem de frente as nossas derrotas.
Enquanto isso, vamos aguentando. Sorrimos falso enquanto podemos e fingimos que está tudo bem até conseguirmos suportar: esta má sorte, estes maus tratos, estas mudanças.
Esperançosamente tentamos acreditar em dias melhores, em histórias melhores, pois todos os dias desejamos receber nos nossos braços pessoas boas, dignas de sentimentos, dignas dos mais íntimos segredos. Adormecemos na esperança de que todos os nossos sonhos, um dia, se tornarão possíveis, reais. Praticamos este esforço mental dia após dia, cedendo a todas estas utopias que a vida nos faz bebericar desalmadamente. 
É duro aguentar. É triste ter que aguentar. 
Sinto-me endoidecer. O cansaço pesa e aos poucos vou perdendo a minha mente, os meus reflexos, o meu amor próprio. Todos olham, todos aplaudem. Que faço eu agora? Sorriu.  


domingo, 7 de abril de 2013

(In)diferente.

              


Foi tudo uma questão de segundos. Tal e qual a trovoada que chega sem avisar. A ela interessou-lhe a diferença. Aquela maneira de ser que ela nunca conhecera. O obscurantismo que pairava entre as entrelinhas das suas conversas sugava a sua atenção. Acorrentava-a as palavras por longas horas, horas essas que ela nem sentia passar. Eram conversas hipnotizantes que faziam crescer em si todos os sorrisos do mundo. Eram tão diferentes, um oposto que no seu pensamento se podia atrair. Ele nem sabe o quanto a cativou. Não em beleza, não em expectativas. Cativou-a de uma maneira que ela jamais sentira. A diferença. Somente a diferença fez crescer nela esse interesse forasteiro com que ela começava agora a lidar. Era uma diferença boa, porém uma diferença iludida. Uma diferença que agora é tão indiferente…


sexta-feira, 29 de março de 2013

Mundo meu.


    Vou-te dar a mão. Hoje trago-te para o meu mundo, aquele mesmo que te falei e que tu não acreditavas que existia. Vou levar-te à minha realidade. Vou mostrar-te alguns dos caminhos que percorri e percorro. Saberás um pouquinho mais da minha história e do porquê de eu ser assim, estranhamente estranha. Verás com os teus olhos o meu mundo, apreciarás as minhas cores, os meus sonhos e os meus textos. Aqueles que escrevo quando a vontade me toca. Sentirás dentro de ti um pouco mais de mim. E verás que com o tempo crescerá em ti um desejo de querer ficar, de querer descobrir este mundo ao qual te apresento.
     Verás que afinal sou apenas uma mulher, e que as mulheres são estranhas.
     Mas prepara-te, não encontrarás só o meu sorriso largo. A minha tristeza, as minhas desilusões, as minhas quedas. Todos eles têm lugar marcado no meu mundo. Estão arrecadados no caixote que etiquetei como Passado. Aí encontrarás as minhas fraquezas. Os meus momentos maus.
        Quando o vires promete-me que não vais fugir! Promete-me que apertarás a minha mão sem nunca a deixares escapar.
     Acredita, mais à frente encontrarás um lugar especial. Um lugar que guardo com o coração, justamente por ser ao coração que ele está reservado. É um lugar vazio, silencioso. Ainda não tive tempo, nem sorte de o preencher. Está guardado para alguém que ainda não conheci. Alguém com quem um dia partilharei o meu ser, a minha alma e este mundo que acabo de te mostrar. Alguém que, no fundo, me curará.
       Este é o meu mundo, aquele mesmo que te falei, lembras-te? Hoje mostrei-te um pouco mais daquilo que sou. Consegui abrir-te um pouquinho das portas de cada canto meu.
Espero que a desilusão não te tenha assaltado, esta sou eu de corpo e alma, alma e ser.
     É estranho sentir a mão quente, apertada, segura. Obrigado por corajosamente conseguires ficar, obrigado por não fugires e aceitares esta parte de mim. Prometo que amanhã te mostro um pouco mais.
    Do meu mundo, de mim, e quem sabe daquele lugar que te falei… Só precisas de querer ficar.
   Só precisas de ficar!

quinta-feira, 28 de março de 2013


Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, discute, expõe-se, perde por completo o juízo em nome de causas e paixões. Esse coração que tantas vezes sai do sério e, por vezes revê as suas posições arrependido das palavras e dos gestos tomados. Esse coração que tantas vezes fora incompreendido, tantas vezes provocado, tantas vezes impulsivo. Rifa-se esse desequilíbrio emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá para engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar um rosto. Rifa-se.

sábado, 16 de março de 2013

Sonhos Cor-de-Rosa


Tenho sensações estranhas, pressentimentos que me fazem ganhar um certo friozinho na barriga. Sou de olhares, palavras e tactos. Sou de tudo um pouco, e de tudo sou feita. Grandes e pequenas atitudes. Ilustres e delicadas acções. Tudo me cativa, tudo me afasta. Tocam no meu coração, tocam em todo o meu ser. Todo ele vibra e dá pulinhos ridículos, típico de quem se derrete com apenas um sorriso. Vivo a fugir para um mundo colorido que construí com os meus encantos. Adormeço e sonho sobre as suas nuvens, deixando-me ir ao sabor do vento. Permaneço num silencio reconfortante que me trás paz interior, que me trás tudo aquilo que diariamente me falta. São apenas breves minutos de uma tranquilidade cor-de-rosa, com cheiro a algodão doce. Sinto o calor da minha alma, a inspiração das minhas palavras. Nessa coreografia de sentimentos deixo-me ir, colocando à deriva a escritora que há em mim. Sofrimentos de parte, nascem em mim todos os tons do mundo. Colori-me dessa felicidade, viciem-me nestes instantes. Apaixonei-me. Entreguei-me de mente e alma, redescobri o meu ser, o meu ego, a minha alegria. E agora,  que será de mim? Que será de mim agora que descobri onde pertence o meu ser? Realidade, porque és tão "matreira"?   


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