domingo, 16 de setembro de 2012

Dias com defeito


Por vezes a vontade de chorar ataca. Aquela vontade estranha que nos agonia a garganta fazendo estremecer o som da nossa voz. Situações que transformam bons dias em dias estranhos, com defeito. Toda uma conjuntura de maus actos, de péssimas situações. O mal-estar acumula-se e vai crescendo, fazendo sentir uma ligeira pressão sobre o peito. Depressa surge aquela vontade de deitar na cama, fechar os olhos na esperança que tudo passe. Já deitados pensamos em mil e uma coisas, mil e não sei quantas explicações. E a força que fazemos para evitar a queda nesse poço de lamentações é deveras surpreendente. Inúmeras são as complicações que nos passam pela cabeça nesse preciso momento. Inúmeros são os sentimentos que acanhamos no peito. A raiva que há muito contemos parece querer expelir-se de forma violenta e crucial. Parece que o tórax já não tem espaço suficiente para esta “angina de peito”. E quando não é a raiva que fala mais alto, é a dor. E são tantas e tão variadas as dores que uma pessoa pode sentir. Dor, essa terrível sensação que ladrilha o corpo de um mal-estar aterrorizante, de um sufoco constante, de uma incrível perda de forças. O ser humano é tao fácil de magoar, tão fácil de desiludir… e por fim caem as primeiras lágrimas. As primeiras são sempre as mais dolorosas. E choramos, sozinhos, com a cabeça na almofada, com o coração apertado. Choramos todos os nossos males ou pelo menos os que remoem naquele preciso momento. Mas chorar não resolve. Então dormimos. Não para esquecer, mas sim para que doe menos.



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