Paro e ouço o estranho constrangimento do silêncio que me rodeia, as vozes deste espaço tentam comunicar comigo. Por momentos padeço táctica, parece que não as percebo. Mas, ao fim de alguns instantes dou por mim num diálogo de paredes, sozinha, afável, calmosamente falando. Repito para mim mesma que esta é a inocência do meu ser, quando os pensamentos me segregam e eu os sinto como pulsação ardente. Nada mais importa. Faço fluir em mim toda a existência que me proporcionaram, a minha carne, o meu corpo, tudo se torna em melodia. A conversa vagarosamente continua e nela surgem monstros, neblinas, castelos e subúrbios, tudo o que de uma vida faz parte. Eu converso. Falo, de toda a minha exatidão e de tudo aquilo que alguma vez cri. Exponho o cenário completo, mostro o lado negro e saudável da coisa. Afinal, por mais errado que seja este meu ser, devo expô-lo tal e qual como é. Chega de rodeios. Sou difícil à minha maneira. A conversa já vai longa e eu ainda tenho muito para conversar, mas vou esperar. Afinal o bom da vida é descobrimento dos encantos que ela nos proporciona e os desabafos afortunados (ou não) que ela nos cede. Por enquanto as paredes parecem interessadas nesta conjuntura que é a minha pessoa. O que é bom. Mas amanhã será um outro dia, uma outra conversa, uma outra parte de mim. Deixemos então para amanhã esta continuação, talvez assim ela se torne eterna.
Minha alma está presa num tempo indefinido, magoada vagueia pelas ruas da eternidade, sem saber o seu poiso, sem saber a sua calma. Tentando evitar olhar o passado, encara o futuro como desconhecido, e silenciosamente passa... Não a sentimos, apenas a conseguimos ler!
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Uau que texto tão intenso. Os meus parabéns está deveras muito bom. Vale sempre a pena cá passar, nunca me desiludo. Um Beijo :)*
ResponderEliminarObrigado pela atenção :) Beijinho *
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