terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ventos da vida

Algo em nós tem o poder de crucificação, nada nem ninguém é superior a efemeridade do tempo. Tudo tem um prazo, tudo tem um fim, restando a parte disso as recordações. Os ventos que ao de leve nos deixam pedaços de afecto, são aqueles que na grandeza da sua força nos levam o que ao nosso coração pertence. E tudo permanece igual, menos o nosso ser.
Ao destino cabe a ligação dos mais pequenos mundos, se existe destino ou não, não o sei... mas em tal acredito, até porque tudo tem uma razão de ser! 
Quando fecho os olhos, imagino a minha vida como uma estação de comboios, em que a ela chegam sopros de esperança e dela vão oportunidades perdidas, o meu ser permanece nessa estação, a espera dessa esperança desperdiçando essas oportunidades. E o que de mim fizeram é o que de mim revelo. E porque tudo tem uma razão de ser, então esta é a minha. 
Sonho facilmente, talvez porque nunca vivi o meu sonho, para mim um momento, um especial momento, é uma eternidade que guardo na memória. Massacro o pensamento com desejos, sonhos, tolices, mas isso simplesmente porque sou humana e como tal, tenho necessidade de criar uma realidade à parte, a minha realidade!
Gostava de um dia poder revelar ao mundo este meu ser, conta-lo e demonstrá-lo para que vejam como acolhedor e puro ele é. Gostava de poder mudar os olhos de alguém ou poder mudar o que esses olhos vêem! Seria tudo perfeito se na minha realidade existe-se um só tempo, uma só maneira de ver as coisas. 
É impossível recrutar o pensamento de alguém quando esse pensamento não nos inclui. É triste utilizar algo ou alguém com vista a esquecer o que a nós pertenceu. Será destino?? Não...
O egoísmo e a sua voz a falar mais alto! Isso é pegar na nossa ferida e contrai-la para outrem. 
A que saber lidar com as escolhas que se tomam, a que saber aceitar os caminhos que a vida nos dá. Se algo nos é tirado ou limitado não é por crueldade, é sim porque não nos pertence! 
E como tudo o que é nosso a nossa mão ira calhar, então é porque somos suficientemente bons para o nosso caminho traçar e moldar! A aí, quando a tal estação de comboios ganhar uma nova vida, uma nova chegada e uma nova partida, ai sim o meu sonho não terá a efemeridade que tanto evito! E os ventos trarão no seu regaço a sua harmonia e a sua força de vida! Despertaram em mim o meu mais intenso sorriso, e aí quando no meu mundo só existir a minha verdade tudo será mais fácil de suportar! 



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