sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sórdida Solidão

Olho para indefinição deste meu quarto e por estranho que pareça tudo me faz recordar um passado imaturo com que há muito deixei de sonhar.
Sozinha no meu mundo abstraio-me de tudo aquilo que um dia já chamei de "meu" e no silêncio deste meu castelo ficou-me, dando-me por vencida por esta tão franca solidão. Oiço um silêncio infinito, é o som dos meus pensamentos que neste momento longe andam. Voam bem longe para uma história conhecida, história essa que bem sonhei! E nesta longitude perco o meu pensamento, com algo desnecessário, com algo com quem à muito não me comprometo.
Fecho os olhos e imagino sons, corpos, calores, sorrisos... Imagino esta solidão sem ser solidão! E pensando digo com a minha mais calada voz :"Porquê que estou sozinha?".
Pérfida é esta vida em que me encontro que nos coloca esta armadura de sentimentos que nos esfria de tudo e de todos e nos isola da tão calorosa chama. 
Em tempos que já lá vão estas paredes eram testemunhas das mais belas auroras e dos mais intensos crepúsculos, neste meu reino pairava o diálogo mutuo e tudo a sua volta era fácil de suportar. Havia química, havia algo de cúmplice que em conjunto quebravam esta tão sórdida solidão!
Mas por vezes a solidão torna-se uma opção, quando o frio congela parte da nossa alma e nos faz usar o raciocínio em vez do coração. Quando a solidão é a nossa segurança torna-se o nosso escape para certas formas de sofrimento.
E neste pequeno castelo de tijolo, mais parecido como uma casa de palha devido a sua sensibilidade continuamos... na esperança de um dia abrir um novo diálogo com este tão silencioso medo.
Então, quanto tal acontecer, dar-se-á a mais bela das aurosas e esta solidão com a qual me comprometi acabará. Pois nesse momento a minha tão segura panóplia irá cair e tudo o que um dia temi será esse tudo que me vai aquecer a congelada alma!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seguidores