sábado, 22 de outubro de 2011

Dilema


Refresco o meu corpo, esfrio a minha ilusão e acordo para uma vida totalmente alheia ao meu ser. Sigo os passos de alguém que desconheço mas que o seu testemunho me confessa. Dou de caras com os destinos da vida e à minha disposição só tenho uma escolha. Escolho o meu orgulho, a minha felicidade como mulher! Escolho ser amada e reconhecida. Viver o que nunca conheci ...
Sofro de um dilema de amor, algo que um dia jurei levar comigo, sofro de uma pequena culpa, a qual sem problemas admito. Temo o futuro e o que com ele poderá vir.
Por vezes imagino uma vida partilhada e amada a dois, dois rumos diferentes mas com o mesmo destino.
Faço das palavras do meu coração borboletas e liberto-as nesse imenso espaço azul, grito-as aos céus para que nele fiquem cravadas. Petrifico as dores que me assolam a alma e faço dos meus desejos espaços de tempo em que me encontro e aos quais atribuo uma eterna paciência. Continuo calada, guardando para mim este medo... As minhas palavras são meras discordâncias de vida, algumas interpreto-as de bom grado outras cubro-as de uma manta de ilusões. Imagino um mundo puro e um coração salvo de sofrimento.
Imagino-me envolta nuns braços fortes, junto a um corpo que liberta dos seus esporos uma segurança amena. Imagino-me a acreditar de novo num futuro amor, numa nova conjuntura de laços.
Desfaço os enlaces da minha alma, faço uma escultura de sonhos e liberto-me desses discursos de consolação. Sobrevivi uma vez, amei e dei tudo o que tinha, abandonei e voltei a reconstri uma vida à qual hoje pertenço, segui portanto o meu caminho.
Nesta estrada de vida na qual me encontro, muitos são os conceitos que desconheço, por vezes ainda dou por mim num tempo passado a reviver certas juras... mas depressa volto à terra assegurando-me que o meu coração permanece intacto.
Já vivi sonhos alheios, já adquiri uma personalidade que não a minha, vive tempos coberta de uma máscara. Temia o mundo e o facto de me emancipar como mulher... Hoje sou outra e o meu coração o mesmo, o meu discurso altera-se de acordo com as matérias que vou aprendendo ao longo da vida. A minha alma deveras solta aos poucos vem ao meu encontro, e o frio que me esfria é aquele que com o tempo eu deixo que me aqueça. E assim, nesta indecisão contínua permaneço, esperando um passado ainda acordado ou um futuro ainda por sonhar!







1 comentário:

  1. Uau dos melhores blogs que visitei. A tua forma de escrita parece-me tão familiar, tão verdadeira. Sigo-te :)

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